Três startups de pesquisadores do INCT Nano Agro participaram do Hackathon Smart Agro 2025, durante a Expolondrina, entre os dias 11 e 13 de abril. Das três, a NanoGrow foi a grande vencedora da competição. Também tivemos mais uma startup entre as dez melhores colocadas, a CarbonNova. Além das premiadas, destacamos a participação da Nano.Shield, que idealizou seu projeto durante o evento e já está em contato com uma cooperativa local para testar suas soluções.
O Hackathon Smart Agro 2025 foi uma maratona de inovação criada para transformar pesquisas acadêmicas em startups voltadas para o agronegócio. A iniciativa reuniu estudantes e pesquisadores de diversas áreas e foi promovida pela Sociedade Rural do Paraná, em parceria com a governança Agro Valley e o SEBRAE/PR.
Vamos conhecer os destaques do INCT?
NanoGrow
A NanoGrow ficou em primeiro lugar e foi a grande premiada do evento. Além do prêmio em dinheiro, a startup vai participar do programa de aceleração da Go SRP Agritech, da Sociedade Rural do Paraná.
Equipe:
A NanoGrow foi fundada pela diretora Adriana Cardoso e pelos pesquisadores Ailton Terezo, Adriano Buzutti e Marilza Castilho, da Universidade Federal de Mato Grosso.
O que é a solução:
Um insumo baseado em nanocarbono atóxico que visa aumentar o potencial de fotossíntese das plantas, elevando o desempenho e a produtividade vegetal.
Qual o potencial de mercado:
O produto desenvolvido pelos pesquisadores é aplicável a uma grande diversidade de culturas, como soja, algodão e braquiária. Experimentos já realizados em casa de vegetação mostram aumentos significativos na massa seca total dessas culturas. Testes em campo estão previstos para o próximo ano.
“Essa conquista é importante para a ciência produzida em Mato Grosso com foco em promover a produção de insumos nanotecnológicos sustentáveis. Mostramos que é possível fazer ciência de ponta fora dos grandes centros tradicionais e colocar esse conhecimento para o desenvolvimento da agropecuária do Brasil.”
— Ailton Terezo, professor da UFMT, orientador da equipe e um dos idealizadores do projeto
CarbonNova
A CarbonNova também ganhou destaque na competição. Esteve entre as dez melhores colocadas e, por isso, também irá participar da aceleração da Go SRP Agritech.
Equipe:
A equipe foi composta por Diego Gomes, pesquisador de pós-doutorado da Universidade Federal do ABC (UFABC), em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), Anderson Calzavara, professor do Instituto Federal Catarinense, e Tatiane Debias, pesquisadora de pós-doutorado da UEL.
O que é a solução:
A CarbonNova oferece dois produtos com o objetivo de aprimorar a produtividade e a resiliência da cana-de-açúcar a estresses abióticos, como a seca.
As soluções são feitas a partir de nanomateriais à base de carbono. Um dos produtos é um condicionador de solo que promove melhorias em suas características químicas, físicas e biológicas. O outro é um insumo de aplicação foliar com propriedades fotoativas de dupla função: proteção contra radiação UV excessiva e potencialização da fotossíntese por meio do aumento da eficiência na absorção luminosa.
Qual o potencial de mercado:
Essa inovação se insere no conceito de economia circular, gerando impactos positivos como a redução das emissões de carbono, diminuição da pegada ecológica do setor agrícola e aumento da eficiência no uso de recursos naturais, contribuindo para o alcance de alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU.
“Essa vaga na GO SRP significa uma oportunidade única para nós. Ingressar nesse ecossistema inovador e nos conectar com pessoas extremamente qualificadas nos permitirá não apenas absorver conhecimento de alto nível, mas também estabelecer conexões estratégicas que podem redefinir o futuro do nosso negócio.”
— Diego Gomes, integrante da equipe
Nano.Shield
Equipe:
A equipe da Nano.Shield é formada por pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que atuam na área de nanopartículas. Participam do grupo Giovanna Camargo do Carmo, estudante de doutorado; Isabella Martins Lourenço, pesquisadora de pós-doutorado; Laura Lopes Maldonado, estudante de mestrado; e Rafael Caetano da Silva, pesquisador de pós-doutorado.
O que é a solução:
Um insumo agrícola de aplicação foliar em plantas de café com o objetivo de aumentar sua resiliência climática, especialmente em períodos de seca. O produto é feito com base em óxido nítrico.
Qual o potencial de mercado:
A região de Londrina tem histórico na produção cafeeira. Atualmente, o ecossistema de negócios, incluindo uma cooperativa local, tem estimulado o aumento da produção, para que a região volte a ganhar relevância nesse cultivo. Os empreendedores também destacaram a alta no preço do café, percebida pelos consumidores brasileiros, como um forte indicativo da demanda por aumento de produtividade.
Além disso, a escolha do time por um produto de aplicação foliar contribui para um modelo de negócio com fonte de receita recorrente.
“O Hackathon foi muito enriquecedor e nos agregou muito. Abriu a visão da equipe quanto a esse novo campo do empreendedorismo com o qual quase não tínhamos contato prévio.
Os contatos que fizemos lá também foram ótimos. Conhecemos professores que nos apoiaram e nos procuraram após o evento. Além disso, durante o evento, conversamos com um coordenador da Cooperativa Integrada da região norte do Paraná que ficou fortemente interessado no produto e nos convidou a testar essa solução na prática! O que eu posso dizer é que a experiência foi realmente bem interessante!”
— Rafael Caetano da Silva, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Estadual de Londrina
Competições e premiações como essa mostram o poder da inovação para transformar o conhecimento científico em impacto positivo para o agronegócio!
Parabenizamos as equipes e esperamos ver mais e mais casos de sucesso como esses na nossa rede de pesquisadores.