A Dra. Ana Cristina Preisler, Pós-doc do NanoAgro, defendeu sua tese de doutorado, sob orientação do Prof. Dr. Halley Caixeta, com o tema “Modo de ação de doadores de óxido nítrico nanoencapsulados em plantas de soja”.
O óxido nítrico (NO) é uma molécula sinalizadora em células vegetais, influenciando processos como germinação, formação de raízes e resposta a estresses. Contudo, sua aplicação exógena enfrenta desafios devido à instabilidade e rápida degradação, exigindo o uso de doadores específicos como a S-nitrosoglutationa (GSNO). Para superar isso, o uso de nanocarreadores poliméricos tem mostrado eficácia na proteção dos doadores de NO, promovendo liberação sustentada. Entretanto, ainda há lacunas na compreensão de como as propriedades das nanopartículas afetam a interação com as plantas e a eficácia do composto nanoencapsulado.
Durante o doutorado, foram estudadas nanopartículas de quitosana (carga positiva) e alginato (carga negativa) contendo GSNO, aplicadas em sementes de soja para avaliar efeitos germinativos, morfológicos e fisiológicos. Os resultados mostraram que as nanopartículas de quitosana foram mais eficientes, melhorando significativamente a germinação, o crescimento inicial, a arquitetura radicular e a nodulação, além de aumentar o conteúdo de RSNO. Com base nesses resultados, a absorção, distribuição e transporte de NO foram investigados em detalhes utilizando microscopia confocal, revelando rápida absorção das nanopartículas nas raízes de soja e alta co-localização de NO e nanopartículas.
> Como as nanopartículas de quitosana podem melhorar a germinação e o crescimento da soja?
Resultados da pesquisa
A pesquisa descobriu que as nanopartículas de quitosana foram mais eficazes, melhorando a germinação, o crescimento das raízes e a formação de nódulos, que são importantes para a nutrição da planta.
“Para entender melhor como essas nanopartículas se comportam nas plantas, utilizamos técnicas avançadas de microscopia para observar como elas são absorvidas pelas raízes de soja e como liberam o NO”, comenta Ana Cristina.
Os resultados mostraram que as nanopartículas de quitosana são rapidamente absorvidas pelas raízes e liberam o NO de forma gradual, o que pode beneficiar o crescimento e a resistência das plantas de uma forma mais sustentável.
As nanopartículas utilizadas na pesquisa foram fornecidas pela Profa. Dra. Amedea Seabra, da Universidade Federal do ABC – UFABC.
